A frase mais recebida por estes dias, seja onde for, desde a saída do supermercado ao final do telejornal, será algo do género “Boas férias, se está de férias, se não…” – ninguém sabe muito bem como acabar a frase sem constrangimentos. Sendo que no mundo dos emails corporativos o desfecho da frase é: “Se não está, boa sorte com os emails out-of-office”.
Os emails “fora do escritório” ou mensagens automáticas que caiem nas caixas dos recetores em menos de segundos, servem como lembrete que o recetor não está de férias e que irá demorar a ter a sua questão ou problema resolvido. Ao fim de dois dias, a rapidez do som de um novo email é já uma praga rogada seguindo-se de um out-of-office curto e sem emoção, com a mais mecânica das mensagens: a informação da data de regresso e o contacto de quem pode resolver a questão durante a ausência.
O out-of-office parece contribuir, desta maneira, para uma falsa indisponibilidade, sobretudo quando se garante que a mensagem será retribuída com o regresso de férias, ou quando se abre a possibilidade de ir verificando o correio eletrónico em tempo de descanso. O advento da internet portátil, do acesso ao email em qualquer dispositivo com um ecrã, dá esperança de que talvez, mesmo de férias, se tenha curiosidade, se dê uma olhada no email. Em alguns lê-se “vou ter acesso condicionado à internet”, “não terei acesso ao email”. O recetor assume que está a mentir. Especialmente se o tiver no feed do Instagram.
Algumas posições são insubstituíveis. Quando algum colaborador tem decisões que só cabem ao mesmo tomar, na sua ausência, ou as coisas param, ou a paz do descanso do colaborador vai por água abaixo, pois certamente precisará ser incomodado para resolver a situação. Mas seguindo por este raciocínio, todos devemos aproveitar de momentos de descanso, sejam longas férias ou breves feriados – e respeitar o descanso dos colegas.
Até mesmo os brevíssimos fins de semana precisam ser aproveitados adequadamente, deixando o que é do trabalho na empresa e levando para casa apenas a empolgação pertinente a dias de descanso pois quando uma pessoa trabalha no seu limite físico e/ou mental, dificilmente consegue produzir aquilo que seria capaz, caso a mente e o corpo estivessem descansados e dificilmente rende o que deveria render.
Por isto, é fundamental relembrar que sim, é muito importante desligar e abraçar com convicção o Out-Of-Office!
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